sexta-feira, setembro 29, 2006

marca do penalti... gol do Daniel

um texto interessante do Daniel Doro Ferrante (Blog = It's equal but it's different) sobre os bastidores da publicação científica, focando a questão dos "rounds" de revisões e críticas argumentativas (por parte de orientadores, co-orientadores e colegas) aos quais um trabalho é exposto até assumir sua forma final como manuscrito que será submetido para publicação (da onde surgem novas rodadas de discussão envolvendo revisores anônimos e editores). Após incorporar mais algumas modificações, aí sim surge a formal FINAL do artigo que é publicada na revista científica. Como identifiquei vários pontos em comum entre a minha - parca - experiência e a reflexão do Daniel, resolvi deixar um "link" para o seu texto aqui. Aproveito para "ressuscitar" um "post" que comenta algo próximo a isso aqui (tudo bem... não é tão "próximo" assim...).

terça-feira, setembro 26, 2006

Oportunidade Jovens Doutores em São Paulo

Rapidíssima - para os jovens doutores bolsistas da FAPESP ou do CNPq, aqui vai uma boa notícia: lançado o programa Primeiros Projetos (ver chamada aqui), que oferece algum auxílio para despesas de custeio e capital (30 mil) além da bolsa. Lembra um pouco o extinto programa PROFIX do CNPq (que em 2002 disponibilizava 45 mil para o projeto de pesquisa, 2 bolsistas de Iniciação Científica e 1 de apoio técnico, 1 viagem internacional/ano para participação em evento científico, além da bolsa, por um período de 4 anos - um sonho de consumo de todo jovem-doutor, melhor que isso só um vínculo empregatício mesmo!!). Mas, o destaque aqui é para a iniciativa do "Primeiros Projetos"... em uma próxima oportunidade volto ao Profix (que deixou saudade, além de várias publicações e excelentes recursos humanos "no mercado" acadêmico).
é isso...

sexta-feira, setembro 15, 2006

Craig Venter em Petrópolis

Nota relâmpago: Craig Venter - um dos decifradores do genoma humano (tido como o BadBoy da genômica por ostentar a figura de cientista-mega-empresário capitalista, ao qual a mídia ainda acrescenta uma imagem de anti-acadêmico para polemizar ainda mais) estará no Brasil participando de um evento em Petrópolis, RJ, mais precisamente no LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica).

Apesar do chamariz (Venter), queria mesmo é divulgar o evento do LNCC:

Global Dialogues on Emerging Science and Technology (GDEST) - BIOINFORMATICS

informações básicas podem ser encontradas no "link" acima e a inscrição (vagas limitadas) pode ser feita neste "site".

deu no DOU (Diário Oficial da União)...

mais sobre a regulamentação do acesso ao patrimônio genético... aqui está a matéria que saiu ontem no Jornal da Ciência sob o título: "Publicada resolução que diminui burocracia para a pesquisa da biodiversidade" que representa um avanço no sentido de evitar o "enquadramento" de pesquisadores da biodiversidade brasileira como "piratas do patrimônio genético", evitando assim uma série de constrangimentos, mal-entendidos e conflitos de natureza variada entre pesquisadores e autoridades. Sobre esse assunto veja mais aqui e aqui e aqui e aqui (com entrevista) - os 3 últimos "links" são textos da Maria Guimarães (ver blog Ciência e Idéias).

Leia a íntegra da Resolução n° 21 de 12 de setembro:
“Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
Resolução Nº. 21, de 31 de agosto de 2006
O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, tendo em vista as competências que lhe foram conferidas pela Medida Provisória nº. 2.186-16, de 23 de agosto de 2001, e pelo Decreto nº. 3.945, de 28 de setembro de 2001, e o disposto no art. 13, inciso I, do seu Regimento Interno;
Considerando que diversos tipos de pesquisas e atividades científicas poderiam enquadrar-se sob o conceito de acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa científica simplesmente pelo fato de utilizarem ferramentas metodológicas moleculares para a sua execução de modo circunstancial e não propriamente porque seus objetivos ou perspectivas estejam relacionados com o acesso ao patrimônio genético;
Considerando que a finalidade dessas pesquisas e atividades, assim como seus resultados e aplicações, não interferem no principal objetivo da Medida Provisória nº. 2.186-16, de 2001, que é a garantia da repartição justa e eqüitativa dos benefícios resultantes da exploração econômica de produto ou processo desenvolvido a partir de amostras de componentes do patrimônio genético, resolve:
Art. 1°
As seguintes pesquisas e atividades científicas não se enquadram sob o conceito de acesso ao patrimônio genético para as finalidades da Medida Provisória nº. 2.186-16, de 2001:
I - as pesquisas que visem elucidar a história evolutiva de uma espécie ou de grupo taxonômico a partir da identificação de espécie ou espécimes, da avaliação de relações de parentesco, da avaliação da diversidade genética da população ou das relações dos seres vivos entre si ou com o meio ambiente;
II - os testes de filiação, técnicas de sexagem e análises de cariótipo que visem a identificação de uma espécie ou espécime;
III - as pesquisas epidemiológicas ou aquelas que visem a identificação de agentes etiológicos de doenças, assim como a medição da concentração de substâncias conhecidas cujas quantidades, no organismo, indiquem doença ou estado fisiológico;
IV - as pesquisas que visem a formação de coleções de ADN, tecidos, germoplasma, sangue ou soro.
§ 1º. As pesquisas e atividades científicas mencionadas neste artigo estão dispensadas da obtenção de autorização de acesso a componente do patrimônio genético.
§ 2º. O critério estabelecido nesta Resolução tem a finalidade exclusiva de orientar o enquadramento destas atividades sob a Medida Provisória nº. 2.186-16, de 2001, sem prejuízo do atendimento das exigências estabelecidas em outros instrumentos legais, bem como em tratados internacionais dos quais o Brasil seja Parte.
Art. 2°. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Marina Silva
Ministra de Estado do Meio Ambiente”
(Assessoria de comunicação do Ibama).

sexta-feira, setembro 08, 2006

Internet e Academia: the good, the bad & the ugly

Apesar de ter sugerido este tema, temo que identificar os aspectos bons (“good”), ruins (“bad”) e horríveis (“ugly”) da relação internet e academia seja uma tarefa subjetiva e muito influenciada pela experiência individual. Além destes, existem ainda os aspectos “polêmicos”, que dificultam a atribuição de adjetivos. Enfim, estou curiosa para descobrir quais questões seriam consenso nesta ciranda de setembro do Roda de Ciência e se há controvérsias, e quais os argumentos? Esclarecimentos prévios (talvez desnecessários?): ACADEMIA aqui se refere ao ambiente acadêmico ou universitário, onde predominam as atividades de ensino e pesquisa, voltado para a formação de recursos humanos, no sentido mais amplo que o termo “formação” compreende. E INTERNET se refere ao conjunto de ambientes e ferramentas virtuais em ampla expansão e diversificação que tem revolucionado a comunicação e o acesso à informação, no sentido mais amplo que o termo “revolucionar” compreende.

GOOD
De modo geral, a INTERNET promove o acesso quase irrestrito à informação (pessoas, opiniões, bancos de dados, artigos, instituições, formulários, “softwares” e aplicativos para uso “on-line” ou “downloads”), a operacionalização deste acesso através de sofisticadas ferramentas de busca (tipo Google, PubMed-Medline, Blast – para os entendidos em sequenciamento :), Wikipedia e outros), a realização de um “n” número de operações (compras/comércio, movimentações bancárias, ensino à distância, vídeo-conferência, “uploads” de documentos, envio de mensagens instantâneas ou via correio-eletrônico) e outras inúmeras atividades (“blogs” incluídos) que nem me atrevo a tentar listar, pois o risco de soar incompleta é grande, dado o grau de inovação das iniciativas em tecnologia da informação. O grande e inegável benefício da INTERNET é a DEMOCRATIZAÇÃO do acesso à informação (não necessariamente o Conhecimento, mas este também pode estar incluído aí) e à comunicação. Invocar a democratização nem sempre significa que não haja um público excluído (seja devido à censura institucional, seja por falta de infra-estrutura básica (computador+provedor)), mas esta situação ocorre a despeito da realidade tecnológica disponível.

A minha impressão atual é de que a Academia tem uma relação íntima e altamente dependente com a Internet. O uso de informação on-line e atualizada já é um vício acadêmico, a comunicação via e-mail permite o gerenciamento de listas/grupos de discussão (de um laboratório, uma classe, um curso, um departamento, da universidade, etc), o contato direto com pesquisadores/professores, a transferência de diferentes conteúdos em uma variedade enorme de formatos (arquivos), além de – supostamente – preservar o sigilo desta informação, e onde cada endereço eletrônico deveria corresponder a uma única identidade.

Páginas da “web” dedicadas a disciplinas, cursos e universidades ou institutos de pesquisa podem ser verdadeiros catálogos com informações sobre praticamente tudo relacionado ao tema. Na página da UNICAMP, por exemplo tem-se acesso desde o regimento geral, e despachos da administração até o cardápio do “bandejão”, sendo possível consultar ramais telefônicos e contatos (email) de funcionários dos mais diferentes departamentos e cursos. Eu mesma já encaminhei uma mensagem de e-mail diretamente ao reitor da UNICAMP há alguns anos para comentar a questão dos recém-doutores e o reconhecimento da sua contribuição nas atividades de pesquisa e ensino da Universidade (para a qual recebi uma resposta quase em tempo real!).

Ainda na UNICAMP, uma iniciativa recente é a digitalização das teses de mestrado e doutorado defendidas na instituição e disponibilizadas via arquivo pdf. As minhas teses de mestrado e doutorado já foram “downloadadas” 30 e 47 vezes, respectivamente, impressionante. Estou curiosa para saber quando (e se) a tese de doutorado do jornalista de ciência Marcelo Leite estará disponível para “download” :). Em uma consulta relâmpago me deparei com o seguinte título: “No “mundo dos jornalistas”: interdiscursividade, identidade, ethos e generos”, de autoria de Jauranice Rodrigues Cavalcanti (tese apesentada para obtenção do título de doutorado), com 98 “downloads” e 370 visitas (fiquei no chinelo... :)). Consulta à palavra-chave “BLOG” gerou apenas um resultado (Entre o publico e o privado : um jogo enunciativo na constituição do escrevente de blogs da internet) de um doutorado em lingüística, mas já confirma que a academia “pousou” seus olhos vigilantes e interrogativos nesta “modalidade” de divulgação on-line. Registre-se ainda 6 títulos para “internet e educação”.

O cadastro e a busca de pesquisadores e grupos de pesquisa operacionalizado pela plataforma Lattes do CNPq é outra experiência que tem tido uma enorme repercussão na comunidade científico-acadêmico, seja pela sua obrigatoriedade seja pela disponibilidade de um extenso banco de currículos com dados completos e atualizados (uma vez que estas informações são consultadas nos julgamentos de propostas de pesquisa).

O portal CAPES de acesso a periódicos científicos é outro ambiente da internet que compõe a linha “democratização” do conhecimento científico, promovendo o acesso ao conteúdo de inúmeros periódicos científicos – mais ainda pode ser melhorado – a um conjunto de instituições consorciadas. Além deste formato de acesso restrito a assinantes ou consórcios, iniciativas de promover o acesso aberto a publicações científicas de alto impacto figura entre um dos maiores benefícios da relação internet-academia (ver exemplo aqui da PLoS – Public Library of Science).
Da minha área de atuação uma das contribuições mais evidentes e significativas com relação ao desenvolvimento de projetos de pesquisa em genética e biologia molecular é o GenBank, um banco de dados que cadastra sequências nucleotídicas (mais de 100 Gb – gigabases - de informação em 2005) e uma variedade de ferramentas de busca e análise destes dados. Um verdadeiro portal para desenvolvimentos em bioinformática, sendo um banco de dados de referência para projetos de caráter mais específico (como o banco de genomas mitocondriais AMiGA).

O ensino à distância é uma realidade mais recente, e extremamente popular no caso de universidades particulares, que representa uma inovação na relação professor-aluno (polêmicas à parte, incluo esta atividade sob a guarda de “GOOD”).

Poderia facilmente me estender sobre o benefício da relação internet-academia (pois é o que predomina, na minha opinião), mas não é este o propósito do comentário, mas sim refletir que esta relação “saudável” nem sempre é regra e outros aspectos chamam a atenção...

BAD
Mas... e o que dizer de verdadeiros fenômenos de popularidade como portais de relacionamento social (Orkut) e afins? Salas de bate-papo (ou “chats”), comunicadores instantâneos como o Messenger, Skype, e similares, grupos eletrônicos, como o Yahoo Groups e inúmeros outros aplicativos ou ambientes “on-line” que promovem alucinadamente a comunicação via rede mundial de computadores (blogs, incluídos?)? Algumas destas atividades chegam a ocupar o “status” de pragas acadêmicas, devido à interferência que podem causar quando competem pela atenção do usuário (aluno ou pesquisador ou funcionário) com as “tradicionais” atividades de ensino e pesquisa, função primeira da academia. Sob a perspectiva do uso democrático e consciente dos recursos virtuais, limitar o acesso à Internet, instituindo regras de uso e censura de “sites” ou atividades específicas, parece violar o benefício maior da rede: a comunicação livre.
Mas, por mais que se queria preservar a liberdade do uso da internet (eu tenho defendido esta “causa” sempre que me confronto com situações de possível “mal-uso” do recurso), há de se reconhecer que abusos são REAIS, freqüentes, diversificados e podem sim comprometer o andamento de atividades acadêmicas. Não acredito que inovações da comunicação – mediadas pela internet - possam promover “desvios de comportamento” que transformem indivíduos satisfatoriamente integrados ao ambiente acadêmico em viciados integralmente absorvidos pela Internet (“chat maníacos”, “bloggeiros”, “orkuteiros” e outros “internáuticos” de plantão), apesar de reconhecer que existem “riscos” e até profissionais especializados em tratar de “viciados em Internet” (seja lá o que for isso...). A via do diálogo pode ser uma estratégia eficiente se houver disposição das partes envolvidas – o agente e o gerente.

Patologias à parte, é possível gerenciar o “bad” da Internet na academia, desde que respeitadas algumas regras básicas para uma convivência saudável, no laboratório de pesquisa ou na sala de aula. Assim como se desliga um celular numa sessão de cinema, o uso de recursos de Internet durante o “expediente” acadêmico deveria priorizar o aprendizado e a construção e divulgação de conhecimento científico-acadêmico. A escolha em utilizar o recurso de forma consciente pode ser estimulada, ao invés de “castigar” o mau-uso com restrições e censuras (há diversas instituições ou departamentos que bloqueiam eletronicamente o acesso a determinados “sites” como solução para minimizar abusos de uso da Internet, será que resolve?).

UGLY
Os vilões de praxe estão representados pelos inúmeros e constantes vírus de computador e variantes que contaminam a correspondência de e-mail e outros ambientes de Internet como spams, ad-wares e afins, incluindo mensagens na forma de corrente e propagandas comerciais, ideológicas e inutilidades de natureza variada.

As atividades comentados em “BAD” também podem ser promovidas à classificação “UGLY” quando ocorre o uso indiscriminado da infra-estrutura computacional (normalmente cara) mantida pela academia numa dimensão de larga-escala e com a explícita conivência institucional. Descrevo um episódio (sem dar nome aos santos...): ao participar de um concurso público para vaga de professor universitário na universidade XXX, procurei a biblioteca da instituição para fazer um levantamento bibliográfico e preparar a prova didática (uma aula sobre um tema sorteado com 24hs de antecedência) tive 2 surpresas: 1) havia na biblioteca uma grande quantidade de computadores com acesso IRRESTRITO à Internet disponível para a comunidade acadêmica, predominantemente alunos (horário: 9h30m) e 2) TODOS os computadores estavam ocupados e acessando páginas do Orkut (horário: 12h30m).

No primeiro momento achei que estava no primeiro mundo: computadores modernos para todos, promovendo a consulta ao acervo da biblioteca e a periódicos eletrônicos, porém sem restrição de acesso (o que diferia da estrutura disponível em algumas bibliotecas da Unicamp, onde apenas podia-se navegar pelo sistema de bibliotecas da instituição). Poder consultar emails, ler uma notícia de jornal, visitar algum “blog”, trocar algumas idéias via messenger naquele computador poderia transformar a própria biblioteca num ambiente ainda mais interativo, atraente à comunidade acadêmica por prover o acesso à www, propício para a troca de informações, enfim, ampliar o benefício da internet para atender tanto aos interesses acadêmicos – primordialmente - quanto à diversificada gama de interesses daquele integrante da academia, o que promove o bem-estar e a qualidade das relações entre instituição e membros.

No segundo momento constatei a triste (na minha opinião) realidade: não havia diversidade, o interesse em acessar a internet convergia integralmente, sem exceção, para as páginas do “site” de relacionamentos Orkut. A cena: todos os computadores ocupados, a funcionária da biblioteca me informa que se alguém (eu, no caso) precisar usar o computador para uma consulta aos acervos ela pede que o orkuteiro “libere espaço”. Um tanto constrangedor, não?!

Enfim, a internet na academia deve seguir um padrão liberal ou mais controlado? Será que estamos preparados para gerenciar nossa “liberdade” (ter liberdade para usar o recurso é diferente de fazer “mau-uso” do mesmo)? Será que estamos amadurecidos para fazer escolhas e ampliar os benefícios da relação academia-internet?
Favor postar comentários aqui

quarta-feira, setembro 06, 2006

Charge do Jornal da Ciência - SBPC

Este "post" é pela charge mesmo, muito espirituosa! Está divulgada na página do Jornal da Ciência da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

segunda-feira, setembro 04, 2006

notas da EMBO Reports

Sempre encontro comentários interessantes nos conteúdos da EMBO Reports, e algumas notas são de acesso livre, como a que comento neste "post". A opinião (ou "viewpoint") intitulada: "Writing readable prose: When planning a scientific manuscript, following a few simple rules has a large impact" vale a pena ser divulgada e lida. Mais curioso é que cobra da redação científica (logo, do cientista), não apenas o rigor no conteúdo desenvolvido, mas também na apresentação do texto, que deve produzir um resultado palatável e conquistar o leitor também pela forma. Retirei alguns trechos que achei interessante destacar, até porque me "atingem" diretamente (como incluir informação via "parênteses") :). Eis alguns trechos (quem tiver dicas à acrescentar ou discordar delas, pode contribuir para ampliar esta discussão):
1) "More than a decade ago, Martin Gregory observed in Nature that "There are two kinds of scientific writing: that which is intended to be read, and that which is intended merely to be cited. The latter tends to be infected by an overblown and pompous style. The disease is ubiquitous, but often undiagnosed, with the result that infection spreads to writing of the first type" (Gregory, 1992). It seems that little has changed."
ana: bem direto, não?
2)"Those who want to read about science for pleasure are advised to pick up the science pages of a newspaper or a popular-science magazine instead."

ana: é impressão minha ou isso tem "tudo a ver" com a discussão de Agosto do Roda de Ciência sobre Divulgação Científica (ver contribuição do via gene)? Enfim, segundo especialistas, conquistar o público vale também para a divulgação científica acadêmica, aquela que prima por figurar nas melhores revistas indexadas e de circulação internacional, então o pesquisador vai realmente ter que arregaçar as mangas e investir e valorizar a forma, assim como faz com o conteúdo.
3) "Long-winded sentences with multiple clauses, disclaimers and parentheses are hard to read and are guaranteed to discourage even the most interested readers."
ana: esta sou eu, me identifiquei, e agora? Ainda tem alguém aí, lendo...?
4) "Of course, research is rarely a linear process from observation to hypothesis to experimental proof: any scientist knows how often his or her research backtracked or branched off in unexpected directions. But this is not relevant for the reader; in fact, there is nothing more disconcerting than trying to assemble a story from a jigsaw puzzle of results."
ana: comentei sobre essa não-linearidade em algum lugar, quando falava da importância de comemorar o "aceite" da publicação científica como forma de valorizar o trabalho e o empenho do aluno ou pesquisador que tem que enfrentar, justamente, essa não-linearidade (não é fácil convencer alguns alunos de Iniciação Científica que a ciência não funciona de forma linear... a idéia que se tem é de uma certa "mágica" - olha os parênteses aí de novo :( ).
5) "The purpose of writing a research paper is not only to present results, but also to explain, interpret, predict, suggest, hypothesize and even speculate."
ana: aliás, chegar a esse momento é que devia ser a motivação do esforço científico, sua verdadeira contribuição.
6) "If a paper ignores readers' interests, they in turn might ignore the paper."
ana: "its sad but its true", como já dizia o Metallica. Nada mais justo!

mídia em luto

Era uma vez o caçador de crocodilos... leio hoje na Folha de SP matéria que deixo o "link" aqui sobre a morte do apresentador, um dos primeiros no gênero, depois veio uma série de imitadores... puxa, profissão arriscada MESMO! Estou pasma...

sexta-feira, setembro 01, 2006

notas mínimas

apenas fazendo as vezes de "roteador"...

1 - repasso uma nota da Agência FAPESP comentando um estudo publicado hoje pela Science (Science express*, Fruit Fly Tracks Global Warming) sobre alterações genéticas em Drosophila subobscura e a caracterização de mudanças climáticas globais baseado em estudos populacionais da relação entre frequências de inversões cromossômicas (nas drosófilas) e o aumento da temperatura ambiental (ver resumo ou, para quem tiver acesso à revista, leia na integra aqui). Material complementar ao artigo - "Material & Métodos" e tabelas - está disponível aqui)
*Science express = portal que disponibiliza a versão eletrônica de artigos selecionados, previamente à publicação impressa (ou segundo jargão da área: "in advance").
2 - circulando pela Science Magazine, achei algo interessante numa relação de "highlights" sobre ciência na web (NetWatch): o Textbook Revolution, "site" que disponibiliza livremente material didático e livros-texto (principalmente Biologia e Biologia Molecular). Vale a pena conferir! Uma curiosidade: a partir do "link" Textbook Disclaimer Stickers acessa-se uma cômica relação de adesivos criados a partir de um original (absurdo!) elaborado pelo estado da Georgia (EUA) que alerta sobre conteúdos de evolução em livros didáticos de biologia:
"This textbook contains material on evolution. Evolution is a theory, not a fact, regarding the origin of living things. This material should be approached with an open mind, studied carefully, and critically considered"
Parece que a ultima decisão judicial foi favorável à remoção dos tais adesivos criacionistas dos livros de biologia, segundo nota que reproduzo do "site" citado:
"The infamous Cobb County sticker is now officially unconstitutional (read the decision), although the district is appealing the judgment."