Larvas terapêuticas
15/08/2006 Por Eduardo Geraque
Agência FAPESP - "Primeiro, é necessário uma série de cuidados. A partir disso, larvas de moscas varejeiras (Lucilia sericata) podem ser muito úteis para o tratamento de feridas na pele, causadas por diabetes ou outros tipos de doença, como o câncer.
Essa prática, adotada por certas tribos de aborígines australianos – e que segundo relatos, teria sido usada pelos maias –, tem mostrado excelentes resultados. É o que mostra o livro Terapia larval de lesões de pele causadas por diabetes e outras doenças, que acaba de ser lançado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“Muitas vezes os tratamentos convencionais disponíveis não conseguem curar determinados ferimentos ou, então, apresentam efeito demorado. Por meio da aplicação nas feridas de larvas de moscas criadas em laboratório e esterilizadas obtém-se a limpeza e a cicatrização rápida das lesões”, explica Carlos Brisola Marcondes, autor do livro e professor do Departamento de Ciências Biológicas da UFSC, à Agência FAPESP.
O livro, além de mostrar a importância da técnica, que teria sido adotada com sucesso em soldados durante a Segunda Guerra Mundial, também mostra suas limitações. Ela não deve ser usada, por exemplo, em cavidades do corpo ou em fístulas.
“Essa técnica é usada hoje em aproximadamente 20 países. Em lugares como Grã-Bretanha, Alemanha e Israel ela tem se mostrado muito útil, servindo para evitar amputações e até salvar vidas”, explica Marcondes.
Segundo o autor, a publicação do livro tem dois objetivos básicos. “Ele pretende informar a classe médica e a população em geral da utilidade da terapia e também incentivar a implantação dessa técnica no Brasil”, disse."
2 comentários:
Me lembro de ter visto menção a utilização desta técnica também na extinta União Soviética.
Olá João Carlos,
Obrigada pelo comentário. Apesar de envolver alguma resistência - devido ao preconceito - esta técnica tem sido utilizada em vários países.
ana claudia
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