sexta-feira, abril 27, 2012

Você fala sobre ciência onde? Na fila do caixa...?


Matéria-prima para nossa reflexão! Ou "para nooooossa alegria" como preferirem.

Ontem meu marido comentou que estava na fila do caixa de um restaurante (Chácara Sta Vitória) quando lhe saltaram aos ouvidos as palavras "evolucionismo" e "criacionismo" em meio a uma conversa animada do grupo a sua frente.

Gente, ESTOUREM as champanhes!! Que a reflexão e o debate científicos possam figurar também entre as temáticas cotidianas de um indivíduo aleatoriamente selecionado da população Brasileira seria... seria... enfim, utopia... Isso não deve ser fácil de encontrar em lugar nenhum do mundo, nem nos países denominados desenvolvidos, pois depende em parte do nível de escolaridade das pessoas, o que remete ao verdadeiro objetivo deste "post": divulgar uma matéria do blog Radar Econômico que apresenta a evolução da escolaridade em vários desses países, ver aqui. Aviso aos mais sensíveis: a imagem (um gráfico) pode ser desagradável, causar palpitações, suor frio e náuseas entre outros sintomas (nos mais otimistas causa "vontade de fazer alguma coisa").

Na minha percepção, a historinha do encontro casual contada acima é mais a exceção do que a regra. Normalmente o assunto "ciência" é temática reduandante e super-explorada em intensidade inversamente proporcional à distância das universidades e institutos de pesquisa (onde o tema abunda). Ou divulgamos mais e melhor a ciência que tanto valorizamos para que alcance outras paisagens ou trazemos todo mundo para perto das universidades, ou ainda: tudo ao mesmo tempo agora - pois a questão é urgente!

Obs: depois que meu marido descreveu que quem verteu tais conceitos sobre os demais tratava-se de um sujeito baixinho (mas para ele todo mundo é baixinho), meio calvo e todo animado, já desconfiei que o responsável por essa fala "descontextualizada" (no bom sentido, viu?) fosse o Prof. Evandro da UFSCar de Sorocaba, que estaria "perdido" em terras distantes do campus universitário :). Será?

segunda-feira, abril 23, 2012

Sobre ciência e escotismo: sempre alerta!

Sessão nostalgia: escrevo apenas para não deixar passar em branco o dia do escoteiro: PARABÉNS! E deixo como nota um "post" de 2007 de onde recrutei uma experiência com escoteiros em Campinas para ilustrar a importância de "falar simples" sobre ciência sem se perder em chavões herméticos nem em analogias simplórias. Eis o "post"! Feliz dia do escoteiro!


sábado, abril 21, 2012

genética e moral

Muito interessante a matéria do colunista do Jornal Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman publicada em 17 de abril (ver aqui) intitulada "Problemas Morais". 

Logo de cara são apresentadas 3 historietas que ferem nossos tabus e nos provocam a decidir se determinadas situações são certas ou erradas, trazendo algum constrangimento ao nosso "sujeito moral" que se debate com nossa racionalidade. Refletindo: se não sabemos discernir o certo do errado, nossa existência ética pode estar comprometida (paro por aqui antes de cometer alguma violação conceitual no universo teórico da filosofia - o que não seria difícil).

A seguir o colunista apresenta algumas idéias desenvolvidas pelo psicólogo Jonathan Haidt no livro "The Righteous Mind: Why Good People Are Divided by Politics and Religion" (a mente do justo: por que pessoas boas não se entendem em política e religião), ver vídeo aqui.

Segundo Schwartsman, o autor (Haidt) argumenta que a construção do senso moral do indivíduo determina seu olhar sobre o mundo, levando às visões que reconhecemos como conservadoras, liberais e neutras: o senso moral "pode ser decomposto em seis sentimentos básicos: proteção, justiça, liberdade, lealdade, autoridade e santidade (pureza), que constituiriam uma espécie de tabela periódica do instinto moral. O mapa ético de cada indivíduo seria uma combinação de diferentes proporções desses "ingredientes"".

Agora, o que chamou mais a minha atenção (e preciso averiguar as referências originais para apresentá-las a vocês - estas referêncais não estão apresentadas na coluna) foi o trecho abaixo:
"Para tornar as coisas ainda um pouquinho mais difíceis, cada indivíduo tem o "mix" de intuições que tem (e que faz dele conservador, liberal ou centrista) menos por causa de interesses escusos e opções ideológicas e mais por causa da genética. Estudos com gêmeos e adotados mostram que algo entre 33% e 50% das atitudes políticas de um indivíduo são determinadas por genes"

Determinação genética de comportamento político - será? Isso me lembra um filme (trailer) do Woody Allen com uma situação hilária - como apenas W. Allen sabe construir - apresentando uma família inteiramente democrata, exceto por um filho adolescente republicano (atribui-se este "desvio" a uma pancada que o indivíduo levou na cabeça...). Ao final do filme, após nova pancada, a criatura republicana retorna ao seu estado original (possivelmente atrelada a sua porcentagem de determinantes genéticos, se a informação do parágrafo anterior procede). Nome do filme: "Todos dizem eu te amo" de 1996; ótimo elenco!

Enfim, sugiro a leitura do texto do H. Schwartsman para refletirmos sobre isso e lembrarmos de buscar outras interfaces de diálogo (em temáticas como futebol*, arte, educação, etc.) se quisermos estabelecer uma via de comunicação com nossos contemporâneos, com quem compartilhamos um breve e intenso período de vida neste planeta e dos quais precisamos para saciar nossa necessidade de interação social.

Afinal, concordo com a opinião apresentada: "Como cada grupo fala idiomas diferentes (embora os conservadores arranhem um liberalês, muito a contragosto), estamos fadados a não nos entender. Pensamos e sentimos sob parâmetros diferentes. Isso significa que o debate raramente será produtivo. Apenas em casos excepcionais os argumentos de um lado levarão um legítimo representante do outro a mudar de ideia. No fundo, as discussões servem mais para que bons debatedores possam exibir suas virtudes lógico-oratórias a membros de seu próprio grupo."

Finalizando, deixo uma última cena em que Haidt nos remete aos primórdios da história do homem (mas que muitas vezes me parece muito mais familiar e cotidiana do que eu gostaria):

"Ali, cada membro do bando era, ao mesmo tempo, um aliado indispensável e um concorrente impiedoso"

Enfim, leitura imperdível! 
*nem sempre futebol será uma temática unificadora, dependerá do time em foco!

terça-feira, abril 17, 2012

 Hoje vi esta propaganda numa revista... Precisei pensar bastante para tentar entender "a mensagem"... confesso que não entendi...
Conflitos:
1) a evolução biológica de Darwin não refere-se a uma idéia de progresso... no sentido de aperfeiçoamento visando atingir a forma ideal (mas na propaganda a idéia parece ser que esta é a melhor cerveja, o produto final do processo evolutivo, ou seja, coisa que não existe). O slogan "a evolução da cerveja" representa esta visão de progresso, não?
2) o nome Santa Fé, seria uma ironia; pois devido justamente a ela (a fé) Darwin quase não publica sua obra "A Origem das Espécies" e passa anos sofrendo pelo conflito entre sua crença religiosa e sua teoria científica;
3) a propaganda afirma que "ninguém jamais teria argumentos para questionar a Teoria da Evolução" se Darwin tivesse experimentado essa cerveja. Por quê? Ele teria sido mais eloquênte? Seria inspirado por ela a romper os paradigmas da época e outras ignorâncias que até hj persistem de forma mais convincente? Ou daria uma garrafada na cabeça dos seus críticos (ou numa versão melhor: beberiam todos juntos e a "verdade biológica" prevaleceria)? Fico com a impressão que foram precipitados com o legado de Darwin... Alguém disse que essa cerveja "seria resultado da Seleção Natural agindo sobre a diversidade de cervejas...", deve ser biólogo evolucionista (sub-grupo selecionista), mas ainda acho que a propaganda passa outra idéia. Afinal, não só de Seleção Natural e feita a Evolução e a mão do acaso não conta?

Enfim, foi uma surpresa encontrar Darwin como garoto-propaganda de cerveja (crédito à agência Draftz). Agora vou ter que experimentar essa variedade para verificar se há justificativa para escapar da Seleção Natural (que ceifa as variantes menos adaptadas ao "meio"). 

Interessante como a imagem de Darwin associada a seja-lá-o-que provoca reações imediatas em biólogos: "não basta acreditar em evolução, tem que participar!" Se alguém entendeu a mensagem que me escapou, por favor me esclareça.

Como me disse um passarinho cor-de-rosa: beba bem gelada e esquece!

quinta-feira, abril 12, 2012

Apoio à Divulgação Científica: um comentário


Registro aqui o comentário do meu grande amigo Lee (também vem em versão séria e executiva aqui - mas cadê o paletó??). O blogger está se recusando a incluir comentários no quadro de comentário das postagens (espero que o problema seja resolvido logo). Aproveito para divulgar um o SGC (para maiores detalhes procurem o Lee, que responde pela coordenação científica e colaborações internacionais):

Ana,
Dei uma fuçada no Via Gene (como é de costume, quando sobra um tempinho meu!) e achei legal a entrada sobre divulgação científica e resolvi contribuir. Porém parece que não deu certo, mas sorte minha que eu havia copiado a mensagem – aqui vai!

“Oi Ana! Com certeza o Glaucius esta fazendo um belíssimo trabalho no CNPq! Daqui deste lado, a divulgacao cientifica esta sendo levada muito a serio! Um exemplo é a Wellcome Trust, que tem uma linha de financiamento inteiramente dedicada a projetos de divulgação científica ('public engagement') e que está aberta tanto a cientistas quanto a artistas e qquer forma de comunicação - o investimento é da ordem de 3 milhões de libras por ano (!). O interessante é que a Wellcoms Trust é a maior fundação privada de financiamento de pesquisas biomédicas do Reino Unido (investe mais dinheiro nessa area do que o governo do Reino Unido!!).

Quem estiver interessado: http://www.wellcome.ac.uk/Funding/Public-engagement/index.htm 

Aqui do lado do prédio onde trabalho, tem um Centro de Pesquisa de Genética Humana (Wellcome Trust Centre for Human Genetics), onde o diretor resolveu colocar divulgação científica como uma das responsabilidades de qquer pesquisador contratado para trabalhar no centro - seja ele um post-doc ou um "full professor"! beijos à blogueira!

LeeMan"

sexta-feira, abril 06, 2012

Mais sobre SciAm BR e a decisão editorial equivocada


Mais do mesmo. Quem se revoltou como eu com a nota homeopática da Scientific American Brasil vai gostar de ler o que o Luís Carlos escreveu no seu blog Chi vó, non pó. E se alguém se interessa, pode ler também a retratação e justificativas (?) do Editor-Chefe da versão brasileira Ulisses Capozolli no blog da redação.

domingo, abril 01, 2012

primeiro de abril!

Manchete de hoje:

As filogenias moleculares resolveram - definitivamente - em poucas horas todos os conflitos de relações de todos os grupos animais, vegetais e de microorganismos!