Qualquer fenômeno que se queira conhecer com mais detalhes passa necessariamente pela investigação de sua ORIGEM, uma análise histórica poderia revelar qual foi a contribuição de diferentes elementos (ou episódios) no desenvolvimento ou na formação de um determinado processo ou estrutura podendo, inclusive, orientar a previsão de uma possível trajetória ou uma reação futura.
A abordagem histórica promove a identificação de fatos ou momentos decisórios que, em alguns casos, dificilmente poderiam ser reconhecidos ou recuperados apenas a partir da observação de uma realidade contemporânea, estática. Desvendar o passado para conhecer um futuro possível. Esse trânsito entre as diferentes realidades (algumas mais visíveis - como a presente - e outras mais incertas - onde um ou outro registro se perde) confere uma cinética reveladora.
Desculpem-me pela introdução um pouco abstrata, mas espero que estes pensamentos se reflitam na analogia que se segue:
cena 1: da origem de Portugal (ou da formação do povo português)...
A abordagem histórica promove a identificação de fatos ou momentos decisórios que, em alguns casos, dificilmente poderiam ser reconhecidos ou recuperados apenas a partir da observação de uma realidade contemporânea, estática. Desvendar o passado para conhecer um futuro possível. Esse trânsito entre as diferentes realidades (algumas mais visíveis - como a presente - e outras mais incertas - onde um ou outro registro se perde) confere uma cinética reveladora.
Desculpem-me pela introdução um pouco abstrata, mas espero que estes pensamentos se reflitam na analogia que se segue:
cena 1: da origem de Portugal (ou da formação do povo português)...
Como e quando se deu a formação da identidade nacional dos diferentes povos europeus? Cabe ressaltar que faço essa pergunta para que outros a respondam, pois nunca me aventurei nem pelos campos da antropologia nem da história com relação a esta questão. Aliás, me pergunto se é possível datar a incorporação de componentes sociais, políticos, econômicos, culturais e - por que não? – genealógicos por um grupo humano com origens diversificadas, mas que se quer uma unidade. Então o que dizer dos portugueses? Aos portugueses, a história reservou-se a unificá-los pela regra da exclusão: pelo que eles não são... não são franceses, não são espanhóis, não são turcos, não são italianos, etc. Nem havia a dúvida shakespeareana “ser ou não ser”: definitivamente não ser! Há de se interpretar Portugal e os portugueses no contexto desta nação que evoluiu a partir da não-origem, o que não os privou de conquistar o além-mar, ser uma potência na navegação e colonizar inúmeros territórios em diferentes continentes.
cena 2: da origem de Replicação (do genoma mitocondrial ou DNAmt)...
O genoma mitocondrial possui a propriedade de duplicar-se e transcrever sua informação genética em 13 sub-unidades protéicas. Estes processos dependem da interação harmoniosa de inúmeros elementos mitocondriais e nucleares (codificados pelo núcleo da célula). Há no genoma mitocondrial animal uma região responsável por sinalizar a origem da replicação (ou duplicação) e da transcrição (parte do processo de decodificação da informação genética contida no DNA). No genoma mitocondrial de invertebrados esta região é normalmente chamada de “main non-coding region” (algo como “principal região não codificadora”). Olha aí outra identificação por exclusão: “o que faz esta região? Ela NÃO codifica”. Em vertebrados, onde a estrutura e a função desta região estão melhor estudadas, a denominação é dada conforme sua estrutura (D-loop ou displacement loop) ou função (Control Region). O irônico é que com o avanço da pesquisa passou-se de uma região que não codificava nada para "A" região que controla os processos mais básicos relacionados com a manutenção e perpetuação da mitocôndria (fonte de energia) na célula.
Irônico ou não, o estudo desta região é certamente fascinante!
Um comentário:
Postar um comentário