tentarei ser breve... mas encontrei pequenas notas no último volume da revista Nature (volume 441) que vale a pena comentar ou deixar, ao menos, um "link" para divulgá-las via viagene (desculpem-me pelo via via) .
Nota 1: o mercado da publicação científica
"Many researchers will turn up their noses at this practice. Scientists, after all, are supposed to be motivated by curiosity, by a devotion to finding the truth, by a desire to solve various philosophical or social problems — not by money."
Este pequeno trecho foi extraído do editorial do volume 441 da Nature e comenta sobre esta prática ou estratégia que tem sido empregada por países asiáticos visando promover a produção de conhecimento científico através de "prêmios" para autores que publicarem artigos em revistas com alto índice de impacto. O editorial se refere à nota "Cash for papers: putting a premium on publication" que comenta sobre os resultados indesejáveis associados a este "incentivo". Enfim, será que isso dá certo?
Nota 2: Nature em ritmo de Copa do Mundo
Nota 1: o mercado da publicação científica
"Many researchers will turn up their noses at this practice. Scientists, after all, are supposed to be motivated by curiosity, by a devotion to finding the truth, by a desire to solve various philosophical or social problems — not by money."
Este pequeno trecho foi extraído do editorial do volume 441 da Nature e comenta sobre esta prática ou estratégia que tem sido empregada por países asiáticos visando promover a produção de conhecimento científico através de "prêmios" para autores que publicarem artigos em revistas com alto índice de impacto. O editorial se refere à nota "Cash for papers: putting a premium on publication" que comenta sobre os resultados indesejáveis associados a este "incentivo". Enfim, será que isso dá certo?
Nota 2: Nature em ritmo de Copa do Mundo
ver no arXiv o artigo comentando na notícia "Goal fever at the World Cup" onde demonstra-se por A+B o "efeito psicológico" do primeiro gol, tido como um clássico clichê futebolístico, onde o primeiro gol desencadeia um estado de confiança que normalmente leva o time à vitória. O Osame vai gostar das análises estatísticas, além do tema ser futebol e um pouco de comportamento humano. O resultado Austrália (3) x Japão (1), de virada, desmente um pouco esta constatação, mas os autores alegam que o efeito é menos significativo em jogos da Copa do Mundo, e mais evidente em campeonatos de ligas nacionais. Não deixa de ser curioso. E até a Nature se rende a "comentar" sobre futebol neste clima de COPA 2006, quem diria...
Nota 3: "Referee factor": reconhecimento ao revisor anônimo
esta é outra sugestão interessante (que aliás, está há tempos comentada em algum lugar do meu currículo Lattes, se soubesse que podia ter submetido a sugestão à Nature....) . A proposta é incluir o reconhecimento desta atividade quando da avaliação do pesquisador/revisor, onde o mérito também está vinculado à qualidade da revista (fator de impacto) que solicita o parecer. Uma vez que revisar - seriamente - manuscritos submetidos para publicação pode ser uma tarefa dispendiosa e, implica no reconhecimento do mérito do revisor escolhido, fica aí mais esta sugestão para compor os currículos dos cientistas.
Nota 4: híbrido ou nova espécie? Uma síntese é possível?
Sob o título: "Speciation by hybridization in Heliconius butterflies" (doi:10.1038/nature04738) este estudo apresenta como uma espécie nova de borboleta surge a partir da hibridação de duas espécies distintas. Além do tema fascinante, as ilustrações são um convite à parte.
3 comentários:
oi ana, mais uma vez fizemos textos paralelos. mas eu comentei só o primeiro deles. gostei dessa tua idéia de fazer comentariozinhos a vários artigos, uma "nature em pinceladas". vou copiar, uma hora dessas.
bom feriado.
Ana, parece que tem um teorema que diz que para cada ação visando melhorar o sistema existirá uma reação que desvirtuará seu propósito. É o que assistimos na questão da bolsa PQ do CNPq, que seria o equivalente do incentivo monetario dos asiaticos. Acho que, dado esse cenario de corrida de rainha de copas, a única saida é nunca parar. Faz-se uma contra-reação à reação etc. Por exemplo, propomos o uso do indice h_I por que ele ele penaliza que coloca autores de forma espuria no paper. E que tal de, no curriculo Lattes, em vez de se grifar os 5 melhores papers, a opção ser grifar os h papers da pessoa? Afinal, pra muita gente, 5 é muito, enquanto que pra outros é pouco. Bobo mesmo fui eu, que grifei os 5 papers que eu acho cientificamente mais bonitos em vez de grifar os 5 mais citados...
Olá Maria e Osame!
Desculpem o sumiço! Diferentemente do Osame não consigo blogar e assistir o jogo do Brasil ao mesmo tempo... e ainda almoçar!
Esse estilo de "notinhas" teve um pouco a ver com esta edição mesmo da revista que estava cheia de pequenos comentários curiosos, incluindo um artigo sobre futebol ("que louco!", pensei. Tenho que comentar isso!) Será que de 4 em 4 anos saí um artigo "temático" sobre Copa ou Olimpíadas na Nature? O reconhecimento de "pareceres" como "moeda" no mundo da avaliação acadêmico-científica também é um tópico interessante que vejo pela primeira vez (tudo bem, não tenho procurado muito...) comentado numa revista de impacto como a Nature. Normalmente os comentários são no sentido de "malhar" o sistema de peer-review e mesmo os revisores. Apesar de ver com bons olhos a sugestão de "pesar" a atividade de "parecerista" na avaliação do pesquisador, vejo alguns conflitos: 1) o revisor é convidado pela revista, ou seja, não é possível "submeter" seu nome ao quadro de referees, sendo este um sistema menos "democrático" que o sistema de submissão de manuscritos; 2) os pareceres são um conteúdo restrito (a editores e autores), então como avaliar a "qualidade" deste trabalho se ele não está disponível para análise? E no caso de pareceres com recomendações contrárias (é comum que um manuscrito seja elogiado por um e rejeitado por outro referee)? Ganha "ponto" o parecer que concordar com a decisão final do editor? Ou faz-se uma avaliação mais grosseira e fica valendo o número de pareceres emitidos (desconsiderendo-se retornos de um mesmo manuscrito) e "impact factor" da revista solicitante? É uma discussão que vale a pena!
Osame, pensei a mesma coisa que vc comentou: o sistema de bolsista produtividade do CNPq "lembra" um sistema de recompensas parecido ao prêmio asiático. Um pouco mais subjetivo e, possivelmente, mais "completo" no seu objetivo de avaliar o desempenho do pesquisador de forma mais integral, mas também sujeito à distorções, influências não-tão-científicas-assim (presumo...), além da crônica falta de dinheiro para "recompensar" todos que têm mérito (gerando uma peneira que deixa muitos bons cientistas de fora e, insatisfeitos, com razão). Mas concordo com vc, não há sistema perfeito, que venham as idéias e que haja espaço para modificações no sistema visando sua evolução (a perfeição é impossível e frustrações estarão sempre presentes - sem pessimismos gratuitos). É isso aí! Estamos na luta!
abarços,
ana claudia
Postar um comentário