sexta-feira, junho 09, 2006

softwares e patentes em Bioinformática

Na Bioinformatics de hoje (Bioinformatics = revista científica top 1 da área Bioinformatics 2006 22(12):1415; doi:10.1093/bioinformatics/btl166) , saiu um pré-editorial comentado a questão de patentes vs softwares livre. Segundo os editores serão apresentados 2 editoriais (o primeiro neste volume e o segundo no próximo) com diferentes opiniões sobre esta questão, abrangendo tópicos como acesso a softwares, patentes e propriedade intelectual. O editorial deste volume é assinado por Steven L. Salzberd e John Quackenbush ("It is time to end the patenting of software"; Bioinformatics 2006 22: 1416-1417; doi:10.1093/bioinformatics/btl167 ). O próximo será de Jonathan D. Wren, apresentando uma perspectiva diferente. A revista está aberta a contribuições dos leitores nesta discussão, cujos resultados serão incorporados para orientar futuros desenvolvimentos no escopo de publicações da Bioinformatics.
Vale a pena conferir, esta discussão promete!

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Ana,

A questão de patentes no mundo dos softwares é verdadeiramente um assunto polêmico.

Minha opinião sobre o assunto é que os algoritmos, os blocos de construção de programas, são formalizações de idéias que dificilmente são originais, logo dar o direito de propriedade sobre elas a um ou outro indivíduo é injusto a todos aqueles que participaram da criação mas não tiveram a iniciativa de solicitar uma patente.

Um exemplo de uma patente que eu acho muito burra na área de software é a idéia de 'plugins' nos navegadores internet. Tem uma empresa que possui esta patente e, se não me engano, a Microsoft acabou pagando a empresa pelo uso do termo em seu navegador. O Mozilla Firefox inclusive chama seus plugins de "extensões" para tentar evitar problemas com esta patente.

Outra curiosidade é que só ouvimos falar de ações de empresas que tiveram patentes infringidas muitos anos depois do suposto abuso ter início, o que leva a pedidos de indenizações milionárias. Não parece uma má fé por parte destas empresas esperarem anos até moverem uma ação de indenização?

Finalmente, o que acontece é que grande parte das verdadeiras inovações no mundo do software de pequenas empresas formadas por ex-universitários que não tem como ter um departamento jurídico para verificar se cada idéia que tem já não está patenteada por algum espertinho. Se o pagamento de indenizações fosse a norma no mercado, o risco financeiro de inovar seriamente desestimularia o espírito empreendedor destes jovens.

É isso,
Sergio Henrique

via gene disse...

Olá Sérgio!

Como vai? Obrigada pelo comentário e pela opinião de especialista e entusiasta da área de informática. Eu vejo bons argumentos em ambas posições - contrárias - sobre patentes e software livre. Mas concordo que o processo de propriedade deveria considerar inovações 100% originais de forma diferente do que seja uma nova "composição".

Mas vou aguardar o próximo editorial para ver como o pessoal pró-patente se posiciona!

grande abraço,

ana claudia